É oficial: governo de São Paulo revoga aumento de ICMS sobre o agro

Compartilhar este artigo

unnamed (5)

Fonte da Imagem: Cana Online

A pressão da agropecuária de São Paulo fez o governo de João Doria voltar atrás no aumento da alíquota de ICMS sobre insumos agropecuários, produtos hortifrutigranjeiros e energia elétrica. A revogação dos decretos foi publicada no Diário Oficial, nesta sexta-feira, 15, em três novos decretos (65.469, 65.470 e 65.471).

https://image.slidesharecdn.com/pg0001-210115105628/95/dirio-oficial-sp-151-1-638.jpg?cb=1610708200

Em nota, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), avaliou como positiva a decisão do governo paulista e disse que a medida garantirá as atividades do setor e não pressionará os preços dos alimentos.

“A decisão do Governo do Estado foi adequada ao atender aos principais pleitos da FAESP, sindicatos e produtores rurais, que beneficiarão toda a sociedade. A cadeia produtiva entende que as medidas da administração pública irão permitir a estabilidade nos preços dos alimentos e fôlego para a manutenção dos empregos do setor”, afirma Fábio de Salles Meirelles, presidente do Sistema Faesp/Senar-SP.

Entenda o aumento de ICMS em São Paulo

No ano passado, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou o projeto de lei que viria a se tornar a lei 17.293 de 2020. O texto abriu precedente para que o governador João Doria elevasse as alíquotas de ICMS sobre diversos setores e produtos, entre eles a agropecuária.

Posteriormente, o governo paulista publicou decretos que previam taxas maiores para insumos agropecuários, produtos hortifrutigranjeiros e energia elétrica fornecida ao setor produtivo.

Representantes do setor produtivo, como Faesp, tentaram alertar e negociar com o governo, mas a mudança só aconteceu após produtores de todo o estado tomarem as ruas em um tratoraço, no dia 7 de janeiro.

Porém, mesmo com a revogação dos decretos que aumentavam o ICMS, advogado especialista em direito tributário afirma que o agro precisa lutar para derrubar a lei 17.293. Senão, segundo ele, o governador pode tentar aumentar os impostos em outro momento.

Diesel e etanol

O governo de São Paulo manteve o aumento de ICMS sobre o diesel e o etanol, para 1,3%. O professor de agronegócio da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Fava Neves, explica que o aumento deve ter um impacto não apenas na economia do estado, mas em todo o país. “O diesel é usado como meio de transporte para boa parte das mercadorias, e o etanol é o mais utilizado em São Paulo. Essa medida traz a deterioração da imagem do elo transportador”, afirma.

“Os governos de São Paulo não foram eleitos para aumentar impostos, mas para reformar o estado, diminuir as de despesas e impostos para ter novos postos de trabalho. O aumento de impostos vai aumentar o custo de serviço prestado”, complementa.

Conteúdo relacionado

STF devolve ao plenário virtual análise de multa isolada tributária

Nesta quinta-feira, 14, STF, em sessão plenária, decidiu devolver ao plenário virtual o julgamento que discute o possível caráter confiscatório…

Leia mais

STF valida lei que autoriza Aneel a definir devolução de tributos pagos a mais

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quinta-feira (14), que é constitucional a lei que autoriza a Agência Nacional de…

Leia mais

A suposta “fraude” no ressarcimento do ICMS-ST e a reforma tributária

As manchetes da semana destacam uma suposta fraude envolvendo empresas varejistas, especialmente no setor farmacêutico e na revenda de eletrodomésticos,…

Leia mais
Podemos ajudar?