
Fonte da Imagem: Outras Palavras
Taxa de isolamento no estado foi de 59% no domingo (3), mas cidades do interior tiveram índices de até 44%. Governador disse que municípios precisam ter mais de 50%, mas não deixou claro se meta é para finais de semana ou dias úteis.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) disse, no início da tarde desta segunda-feira (4), que cidades com piores índices de isolamento social serão automaticamente excluídas da reabertura gradual da economia, programada para ocorrer a partir do dia 11 de maio.
A declaração foi feita após a leitura da lista de cidades que registraram piores índices de isolamento social no domingo (3), durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.
A taxa estadual foi de 59%, ligeiramente superior à registrada no domingo anterior, com 58%. No entanto, em alguns municípios do interior, o índice ficou abaixo de 45%.
“Todas estas cidades precisam melhorar os seus índices, principalmente se desejarem ter algum tipo de flexibilização. Não havendo o índice superior a 50%, já por este item as cidades estarão automaticamente excluídas de qualquer flexibilização [da quarentena]”, disse Doria.
A taxa de isolamento é calculada para as 104 cidades com mais de 70 mil habitantes no estado por meio de um acordo com quatro operadoras de telefonia. “As informações são aglutinadas e anonimizadas sem desrespeitar a privacidade de cada usuário. Os dados de georreferenciamento servem para aprimorar as medidas de isolamento social para enfrentamento ao coronavírus”, afirma o governo.
“Se não tivéssemos feito isolamento a partir de 24 de março a previsão e que em SP teríamos mais de 26 mil mortes”, completou o governador.
Veja abaixo as cidades com as melhores e as piores taxas de isolamento social:
Cidades com maiores taxas de isolamento no domingo (3)
• São Sebastião 69%
• Ubatuba 67%
• Lorena e Cruzeiro 64%
• Ribeirão Pires, Caraguatatuba e Itanhaém 62%
• São Vicente, Pindamonhangaba e Cajamar 61%
• Itaquaquecetuba, Mairiporã, Ibiúna e Bebedouro 60%
• Itapecerica da Serra, Sertãozinho, Poá, Caieiras, Caçapava e Pirassununga 59%
Cidades com piores taxas de isolamento no domingo (3)
• Sorocaba, Jundiaí e Americana 50%
• Assis, Itapeva, Sumaré, Itatiba, Piracicaba, Santa Barbara d’Oeste e Barueri 49%
• Marília 48%
• Matão e Ribeirão Preto 47%
• São José do Rio Preto, Bauru e Araraquara 46%
• Limeira 45%
• Araçatuba, Presidente Prudente e Catanduva 44%
Isolamento no sábado
A adesão ao isolamento social no estado de São Paulo caiu para 53% no sábado (2). Na sexta-feira (1º) o índice chegou a subir para 56% depois que na quinta-feira (30), o estado registrou a pior taxa desde o início da quarentena (46%) iniciada em 24 de março. Antes, o menor valor era de 47%, registrado na quarta-feira (28), terça-feira (27) e em 9 de abril.
De acordo com o governo de São Paulo, a quarentena só deve ser flexibilizada a partir de 11 de maio em regiões que atingirem 50% de isolamento social. As autoridades de saúde, no entanto, afirmam que a taxa ideal para conter a propagação do coronavírus seria de 70%. O estado nunca alcançou a marca ideal, sendo que o máximo atingido foi de 59% em alguns domingos.
O isolamento social é medido pelo Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi), que acompanha 104 municípios com mais de 70 mil habitantes por meio de sinal de aparelhos celulares.
Na capital paulista, o isolamento foi apenas um ponto percentual abaixo da média do estado, com 52% de adesão dos paulistanos.
No dia 25 de abril a adesão ao isolamento social no estado de São Paulo foi de 52%, pior taxa para sábado desde o início da quarentena. Antes disso o índice para este dia da semana variava entre 54% e 57%:
• 28 de março: 56%
• 4 de abril: 57%
• 11 de abril: 55%
• 18 de abril: 54%
• 25 de abril: 52%
• 2 de maio: 53%
• 3 de maio: 58%
Quarentena prorrogada na capital
Segundo o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, a cidade de São Paulo terá a quarentena prorrogada após o dia 10 de maio e vai adotar restrições mais rígidas para impedir o avanço do coronavírus na cidade.
“Já há uma decisão tomada, nós não temos como relaxar as medidas de isolamento a partir do dia 10 de maio. Na capital é absolutamente impossível fazermos isso. Ao contrário, nós estamos iniciando uma discussão para que a gente possa fortalecer algumas dessas medidas para que a gente consiga fazer com que o isolamento possa crescer desse patamar de 48%”, afirmou Aparecido.
Entre as novas restrições, a Prefeitura de São Paulo deve bloquear algumas vias da cidade. “Você faz um processo de bloqueio e você reduz muito [tráfego] fazendo com que as pessoas se desestimulem a sair de casa, sobretudo nas regiões onde a pressão no sistema de saúde tem aumentado continuamente”, disse.
Entre as regiões que devem receber os bloqueios está a Brasilândia, na Zona Norte da capital. O distrito da Brasilândia registra o maior número de mortos da cidade, com 81 até o dia 24 de abril.
A falta de adesão da população ao isolamento social preocupa o governo, já que o reflexo da contaminação pode ser refletido em uma média de 10 a 15 dias, quando deve ser registrado o pico da doença no mês de maio.
“Isso significa que nós estamos começando de uma maneira muito acelerada o processo de disseminação da doença na cidade e obviamente seus óbitos. Não há menor sombra de dúvida que definitivamente nós iniciamos a subida dessa chamada curva em uma velocidade muito acentuada”, argumentou.
Para o secretário, o isolamento social em São Paulo fez com que a doença demorasse mais para chegar ao interior do estado.
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